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Mesmo fora do Brasil, Zambelli, Ramagem e Bolsonaro custam R$ 398 mil por mês ao cidadão brasileiro

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Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) (Foto: Reprodução)

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Enquanto um trabalhador CLT afastado costuma perder benefícios, ter salário reduzido e até perder o emprego, três deputados federais seguem em situação bastante diferente. Mesmo longe do país e impedidos de exercer o mandato por decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continuam movimentando estruturas completas mantidas pelo orçamento público. Somente em outubro, os gabinetes dos três custaram R$ 398,4 mil. A apuração é do Congresso em Foco.

As decisões judiciais bloquearam salários e cotas parlamentares dos três, em meses distintos, mas não atingiram a verba de gabinete, que paga assessores e mantém a operação diária dos escritórios parlamentares. Na prática, os três deixaram de receber remuneração e perderam parte das despesas diretas do mandato, mas preservaram equipes inteiras trabalhando normalmente, mesmo enquanto estavam fora do Brasil. Vale lembrar que a família Bolsonaro já foi acusada de operar um esquema de “rachadinhas” envolvendo salários de funcionários dos gabinetes.

Em outubro, mês em que todos já estavam afastados, as despesas de gabinete foram praticamente idênticas: Alexandre Ramagem, R$ 133.137,01; Carla Zambelli, R$ 132.886,58; Eduardo Bolsonaro, R$ 132.399,08. Somados, os valores chegam a R$ 398.422,67 em apenas um mês. E, embora não estivessem no país, mantinham equipes ativas: 17 servidores no gabinete de Ramagem, 12 no de Zambelli e 9 no de Eduardo Bolsonaro.

Relembre

Alexandre Ramagem deixou o Brasil em setembro, mas seguiu registrando despesas ao longo de 2025. Ele utilizou a cota parlamentar de janeiro a novembro, acumulando R$ 327,4 mil no período — incluindo R$ 20,8 mil apenas em outubro, quando já estava nos Estados Unidos. A verba de gabinete permaneceu estável durante todo o ano, sempre na faixa dos R$ 130 mil mensais.

Carla Zambelli usou a cota parlamentar até maio, somando R$ 229,5 mil. A partir de junho, o benefício foi bloqueado por ordem do STF. O salário também deixou de ser pago no mesmo mês. Mesmo assim, as despesas de gabinete continuaram, chegando ao pico justamente em outubro: R$ 132.886,58.

Eduardo Bolsonaro utilizou a cota até agosto, acumulando R$ 68 mil — valor significativamente menor que o dos colegas por ter sido reduzido ao longo do ano. O salário foi pago até março, com um pagamento parcial registrado em julho, antes do bloqueio definitivo. A verba de gabinete, porém, ficou praticamente inalterada: sempre entre R$ 132 mil e R$ 133 mil.

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