O novo chefe de gabinete da prefeitura de Camaçari, Carlos Santos, concedeu entrevista exclusiva ao JornalCFF para falar sobre o novo desafio, e, de cara, fez questão de ressaltar que a nova missão é um trabalho de articulação coletiva, nunca individual. “Não existe voo solo”, resume, ao destacar que a função depende da integração permanente com outras secretarias e com o próprio prefeito Luiz Caetano (PT).
A mudança foi anunciada na quarta-feira (26) e marca uma reorganização interna na gestão. Santos substitui Carine Borges, que deixou o cargo a pedido e segue para nova função na Secretaria de Saúde. Até então, Santos era diretor do Tesouro Municipal, cargo que continuará exercendo, embora com parte das tarefas redistribuídas. “Vai ser desgastante, mas nada que inviabilize”, afirmou.
Ser ponte
Sem fazer promessas de grandes mudanças, Carlos Santos explicou que o gabinete funciona como um centro de conexão entre demandas externas, órgãos oficiais e as decisões do prefeito. “Ajuda a chegar a voz do prefeito nas demais secretarias”, afirma.
Ele diz ainda que não tem, por ora, uma marca específica pré-formatada para imprimir ao cargo, mas certamente trará novos ares: “Todo trabalho dentro de um governo democrático e popular, como o do prefeito Caetano, tem sempre uma interlocução, tem sempre uma contribuição de uma outra secretaria. Não existe voo solo. Porém, cada pessoa tem seu estilo de conduzir as coisas. Então, claro, vai ter algum tipo de mudança”. Modesto, ele complementou dizendo que espera que a mudança seja positiva e que tanto o governo quanto a população consigam perceber..
Perfil técnico, histórico político
Aos 55 anos, filiado ao PT e eleitor do partido desde 1989, Carlos Santos rejeita ser definido como “velha guarda” da política camaçariense, apesar de ter acompanhado de perto diferentes fases da política local. Ele lembra a atuação ao lado de nomes históricos do partido e sua formação técnica: funcionário de carreira do Banco do Brasil, com graduação em Ciências Contábeis e MBA em Gestão, além de formação em Política e Estratégia.
Sobre a diferença de perfil em relação a antigos ocupantes do gabinete, a exemplo de Ademar Lopes – figura com uma postura mais militante – ele acredita que isso se tornará um ponto de equilíbrio dentro da gestão. “A gestão de uma cidade como Camaçari, que é uma cidade complexa, precisa e cabe essas especialidades. Nós temos a secretaria de Governo, temos a secretaria de Relações Institucionais, temos a Chefia de Gabinete do prefeito, que são trabalhos que se interpõem, mas se autocompletam. Então, eu acredito que a diferença de perfil vai, ao final das contas, somar”, analisou.
Mesmo assumindo o gabinete, Carlos Santos seguirá ligado ao controle financeiro do município. Parte das tarefas operacionais da Sefaz será redistribuída, mas o acompanhamento das contas, do fluxo de pagamentos e da execução financeira permanece sob sua responsabilidade. “A equipe é coesa, muito unida. A gente está acostumado a desafios”, diz em tom leve.
Mais por aí?
A chegada de Carlos Santos, não pode ser apontada como o começo de novas mudanças na gestão, mas, como ele mesmo apontou ao ser perguntado sobre novidades para 2026, em uma cidade grande, rica e complexa como Camaçari, ajustes na rota fazem parte de uma boa gestão. “Sendo uma gestão muito dinâmica e uma cidade muito complexa que exige o melhor de nós o tempo todo, eu encararia com naturalidade caso ocorra alguma mudança para 2026”, finalizou.
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