Uma denúncia transmitida ao vivo nas redes sociais da Câmara Municipal de Mercês, na Zona da Mata mineira, no dia 2 de dezembro, movimentou a cidade e repercutiu em todo o país. Durante votação que definiu a nova Mesa Diretora da Casa para 2026, o vereador Marcelio Estevam Teixeira, conhecido como Marcelo Moto Som (Mobiliza), apresentou um montante de dinheiro e acusou um empresário local de compra de votos para favorecer um parlamentar da Casa.
Marcelo Moto Som disse que recebeu R$ 100 mil de um empresário e dono de posto de combustível da cidade para votar no vereador indicado por ele, o candidato José Ivanio de Oliveira (PSD). O caso rapidamente ganhou repercussão e deu origem a um inquérito na Polícia Civil e na Promotoria de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Ao fazer o uso da palavra, o denunciante mostrou uma bolsa com uma grande quantia em dinheiro e fez a acusação. Em seguida, a Polícia Militar foi acionada para apreender o dinheiro, e um inquérito foi aberto pelo delegado Arthur Simões, da Polícia Civil de Mercês, que está apurando o caso.
Entenda o contexto:
O prefeito atual do município está impedido de exercer o cargo por uma pendência na Justiça Eleitoral. Ou seja, na prática a votação para presidente da Câmara escolheria quem vai comandar a prefeitura também. O município mineiro tem 10,3 mil habitantes.
Segundo o vereador, o dinheiro teria sido oferecido pelo empresário Calixto Neto para que ele votasse no candidato José Ivânio. Para piorar a situação, o atual prefeito do município é irmão de Calixto, acusado de oferecer o suborno.
Mesmo com a denúncia, a votação foi concluída e o vereador que fez a acusação foi eleito vice-presidente. O presidente eleito para a Câmara de Mercês foi o vereador José Elizio Ribeiro Coelho (PSD). Com o afastamento do prefeito, o novo presidente da Casa assume a Prefeitura e automaticamente o denunciante será o novo presidente da Câmara.
Confira no vídeo o discurso completo do vereador.



