Em meio as comemorações por aumento de produção e ampliação das contratações na unidade de Camaçari, funcionários de empresas terceirizadas da BYD, completam nesta quarta-feira (10), nove dias de paralisação em protesto por melhorias nas condições de trabalho. A greve mobiliza principalmente operários da construção civil e da área metalúrgica, integrando uma mobilização nacional convocada pelo Movimento Luta de Classes (MLC) contra a polêmica escala de trabalho 6×1.
Na manhã de terça-feira (9), a mobilização foi marcado por confusão entre policiais e manifestantes. Os operários afirmam que os militares usaram bombas de gás lacrimogêneo durante o protesto. Vídeos compartilhados nas redes sociais, mostram o momento em que policiais militares avançam sobre os manifestantes, utilizando escudos e cassetetes. Segundo os trabalhadores, foram usadas bombas de efeito moral para desbloquear a entrada da fábrica.
Estima-se que cerca de 2 mil trabalhadores estão envolvidos na paralisação que apresenta demandas consideradas essenciais para garantir dignidade e melhores condições no canteiro de obras e na planta industrial, dentre elas estão: compensação de risco (pagamento de 30% por insalubridade); benefícios (aumento no auxílio alimentação e transporte); infraestrutura básica (instalação urgente de bebedouros, vestiários, banheiros e fumódromos adequados).
Os operários reivindicam ainda, mobilidade interna (mais ônibus para o deslocamento dentro da fábrica, visto que muitos trabalhadores são obrigados a caminhar mais de 4 km), reajuste salarial e pagamento em dia (regularização e fim do atraso no pagamento de salários e cesta básica, além da atualização imediata do piso salarial).
