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EDITORIAL: Camaçari dá o tom: Bolsonaro, aqui não se cria

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Legenda da foto, Bolsonaro em live de 18 de março de 2021, quando imitou pacientes com falta de ar; momento é um dos mencionados em pesquisas qualitativas por eleitores arrependidos - Foto: Divulgação

Nos últimos dias a política de Camaçari ganhou um assunto não tão novo: Bolsonaro. O centro das atenções foi o ex-vereador, candidato derrotado à prefeitura e agora pré-candidato a deputado federal pelo PL, Flávio Matos. No afã de defender o líder do seu atual partido, Matos provocou sem querer o que deixa claro que existe uma coisa que une direita e esquerda na cidade: ser contra Jair Bolsonaro.

O vídeo, que tem pouco menos de dois minutos, foi publicado depois da prisão domiciliar do ex-presidente ser decretada, pretendia atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e sustentar a falácia de uma “ditadura do Supremo”, mas revelou o pensamento dos cidadãos camaçarienses: mesmo os eleitores de direita não aceitam mais a mentira de que Bolsonaro seria alvo de qualquer injustiça mas sim, de que ele é culpado.

A ampla maioria dos comentários, inclusive se apoiadores do próprio Flávio Matos, deixavam claro que a população de Camaçari não apoia a tentativa de golpe, não apoia os planos de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e o mais importante: não esqueceu o genocídio promovido por Bolsonaro durante a pandemia.

Memória curta? Aqui não!

Diversas pessoas comentaram que não votarão em candidatos que apoiem o ex-presidente e que jamais esquecerão das vidas perdidas enquanto ele debochava dos doentes, incentivava as pessoas a não usarem máscaras e passeava de jet-sky no sul do país enquanto pessoas morriam ou agonizavam nos hospitais. 

Em Camaçari, centenas de famílias foram vítimas da irresponsabilidade de Bolsonaro. E ninguém esqueceu. Todos os dias, idosos, jovens e crianças morriam nas UPA’s, no Hospital Geral ou em casa, aguardando leitos de internação, respiradores, vagas que não existiam porque todas as unidades estavam superlotadas. Houve vigília e oração em frente às unidades de saúde, pedindo a Deus que salvasse as vidas de quem dependia do governo quando a ajuda não chegou. E mesmo com toda misericórdia divina, muitas vidas se perderam. Ninguém esqueceu.

Ninguém esqueceu também, quando vieram as enchentes no Sul da Bahia, em dezembro de 2021, e Bolsonaro, então presidente da república, debochou mais uma vez do sofrimento da população. 

Os políticos também não esqueceram. Prova disso é que o União Brasil de ACM Neto e Antônio Elinaldo, apoiadores e defensores de Bolsonaro de longa data, estão quietos e em silêncio. Se limitam a atacar o governador Jerônimo Rodrigues, mas agem como se Bolsonaro não existisse. Querem fazer de conta que não ajudaram a eleger o falso messias e torcem para que ninguém lembre de todas as atrocidades com as quais eles foram coniventes.

Flávio Matos foi o “boi de piranha” da direita camaçariense. Deu a cara a tapa e apanhou feio. Está pagando a conta de se aliar ao partido do pior presidente que o Brasil já teve. Mas o recado está dado a todos os candidatos do “time azul”: Camaçari tem memória e não apoia genocida e golpista.

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